terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A SEREIA E O MARINHEIRO...

Um Conto que eu Conto
" A Sereia e o Marinheiro"


Nas águas turbulentas de um mar distante,
navegava um marinheiro solitário, triste e ferido,
com uma vida que lhe escapava das mãos.
Quando escutou o canto de uma sereia despreocupada, e feliz.
Seu encantamento o encantou, e fizeram um mar de amor.
Ela curou suas dores, afogou suas mágoas,
lhe deu esperanças nas águas claras daquele mar,
lhe deu amor, e se amaram.
Fizeram dos dias um universo de felicidade,
de mãos dadas, com a promessa de um futuro só deles,
enquanto o sol brilhava, se deitaram ao sol.
Na calmaria das marés de uma ilha secreta,
ela cantava seu canto, ele contava seus contos,
a solidão já não existia.
Ele tinha a ela, e os versos que juntos faziam,
ela tinha seu amor, e as rimas que fazia a ela.
Ele a chamava de "sereia", seria a sereia dele para sempre.
Um dia, a tempestade veio com força, trazendo centena de sereias,
que juntas cantaram, e o carregaram para longe.
Ele volátil, perdeu o leme, e o norte, ela perdeu seu amor.
Os dias se fizeram noite, as noites não terminavam.
Nunca mais viu os olhos daquele marinheiro,
nem a mão que soltou a sua,
tampouco viu as rimas que uma vez rimaram.
Vagou pelas areias à espera que voltasse,
ele jamais se importou, não voltou..
Cantou o lamento mais triste, que foi ouvido por todos os mares,
feriu, se feriu, gritou, até silenciar.
O Tempo passou, o mar serenou,
o seu canto foi ouvido por outro marinheiro,
que não acreditava em sereias.
Ele lhe pegou ao colo, curou suas feridas,
Sem nada pedir em troca.
Trazia o perfume no olhar,
amor no coração,
e trouxe a paz à quem tanto chorou.
A sereia voltou a sorrir, a cantar,
no mar que escolheu para viver,
e, outra vez o amor se fez.

A sereia fui eu,
Aquele marinheiro, só mais um fingidor.
Agora, sereia serei nos braços do meu salvador!

 
Hari Trindade

7 comentários:

  1. E quem é Hari Trindade?
    Gostava de conhecer essa sereia.

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    Respostas
    1. Hari Trindade, nascida em 1963, é Mãe, Amiga, Companheira… é MULHER.

      A sua ideia de vida centra-se no conceito de que o amor está em todos e, assim, é para todos, de igual modo.

      A autora escreve sobre o amor, suas ações e reações, em forma de poesia. Como mulher, ela traz, às mulheres, palavras que confortam a alma, e alegram o coração de quem ama, ou espera o amor. Mas as suas palavras também se dirigem aos homens, pois também eles se podem rever em tudo o que ela escreve, com igual ênfase! Publicou duas coletâneas em 2013, “Café com Verso” pela Futurama Editora, e “Mulheres Fascinantes”, pela Editora Delicatta. Como fervorosa amante da poesia, Hari Trindade usa o papel e a tinta para transmitir o que sente, levando aos apaixonados, palavras de amor, como um bálsamo para alguns dos seus momentos! A poetisa vive, em Florianópolis, no sul do Brasil.

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  2. Excelente poema. O Poeta é um fingidor. ;)) Adorei

    Hoje; Do Gil que se econtra ainda um pouco combalido, motivo por qual sou eu a visitar...»» Amor:- Essa dor Oculta

    Bjos
    Votos de uma boa Terça-Feira.

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  3. António,
    Esse seu blog é uma verdadeira e maravilhosa viagem.
    Acabo de chegar aqui e ja
    seguindo voltarei para comentar
    de fato as publicações.
    O aguardo no meu espaço de poesia Espelhando.
    Feliz dia.
    Bjins
    CatiahoAlc,

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  4. Assim eu comentarei,
    o fuzileiro e a gaiata
    ao contrário não pensei
    encontraram-se na cubata!

    Também por lá passei,
    conheço o estratagema
    de lá sem mazelas voltei
    pensando na moça morena.

    Não te desvies do tema,
    para quem também conhece
    na fogueira arde a lenha
    quem tem frio ela aquece!

    Vou parar por aqui,
    mais havia para dizer
    o que viste também eu vi
    sem mal a ninguém fazer!

    Pago o justo pelo pecador,
    sem nenhuma razão de ser
    quem no coração não sente amor
    triste no mundo se calhar viver?

    Tenhas uma boa tarde amigo António. Para aí vai um abraço a correr!!!

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  5. Uma história de rara beleza.
    Obrigada pela partilha.
    Abraço

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  6. Adorei a história, cheia de beleza e paixão!
    Um grande abraço, caro Antônio.

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