Corveta vai ficar a 30 metros de profundidade, com a parte mais alta a 15 metros (Foto: DR)
"OLIVEIRA E CARMO" «Lancha VEGA» Era seu comandante, quando da invasão de Goa, Damão e Dio, lembram-se da sua gloriosa história?
O cenário fazia lembrar um filme de guerra, gravado num dia cinzento. À hora marcada, 11h, vários barcos formavam um cordão de segurança a 900 metros da corveta "Oliveira e Carmo", que foi levada para cerca de 5,5 quilómetros (três milhas) ao largo de Alvor, em Portimão, onde vai ficar situado o museu subaquático do projecto Ocean Revival.
Estava tudo a postos para o primeiro naufrágio: dentro do navio foram colocadas 220 toneladas de betão para permitir que a embarcação – que pesa 1380 toneladas, tem 86 metros de comprimento e 3,6 metros de calado (parte do navio que fica dentro da água) – afundasse direita, sem se virar. Além disso, a bordo seguiam quatro explosivos de corte, importados dos Estados Unidos e colocados por uma consultora do Canadá, a Canadian Artificial Reef (CAR), especializada neste tipo de trabalho.
Antes, a corveta tinha sido limpa e descontaminada. Foram retiradas todas as peças que pudessem comprometer a segurança dos mergulhadores, segundo o comandante Gomes de Sousa, da Marinha Portuguesa.
Às 11h39, ouviram-se os primeiros estrondos – tudo para proporcionar um espectáculo a quem assistia, já que não houve verdadeiras explosões. O impacto abriu fendas em pontos nevrálgicos do casco do navio, deixando entrar uma enorme massa de água que pressionou as placas metálicas. Tudo isto demorou cerca de dois minutos, perante o olhar atento de dezenas de pessoas que estavam a bordo de barcos – alguns privados, outros da Polícia Marítima, outros destinados à comunicação social. Depois do suspense inicial, o peso do betão fez o resto e o navio caiu rapidamente direito ao fundo do mar.
Depois do afundamento, nove mergulhadores da Marinha Portuguesa desceram para uma inspecção ao navio e confirmaram que a estrutura caiu direita no fundo. A missão foi conseguida.
Já o naufrágio do outro antigo barco de guerra que vai integrar este parque, o navio patrulha "Zambeze", estava agendado para as 15h, mas atrasou-se uma hora.
As primeiras explosões a bordo do "Zambeze" foram ouvidas às 16h04 e às 16h07 o barco afundou, com menos espectáculo e impacto visual que o primeiro, deixando atrás de si um repuxo de água salgada. O procedimento usado para afundar o "Zambeze" foi idêntico ao da corveta, mas o facto de ter metade da dimensão (292 toneladas e 44 metros de comprimento) facilitou a operação. A camada de betão colocada na horizontal foi também menor.
Começa assim a nascer o parque subaquático Ocean Revival, um projecto concebido por Luís Sá Couto e que resulta de uma parceria entre a Câmara de Portimão e a escola de mergulho Subnauta, com o apoio da Marinha Portuguesa, que cedeu quatro embarcações desactivadas. No próximo ano, à corveta e ao navio-patrulha afundados hoje deverão juntar-se o navio oceanográfico "Almeida Carvalho" e a fragata "Hermenegildo".
O objectivo do projecto é dinamizar o turismo subaquático ao largo da costa algarvia, com os barcos a servir de recife artificial para algumas das espécies marinhas do Atlântico.
Segundo a organização, os barcos vão ficar a 30 metros de profundidade, com a parte mais alta a 15 metros. O tempo médio de mergulho a esta profundidade ronda os 40 minutos, pelo que serão precisos quatro ou cinco mergulhos para conhecer de uma ponta à outra a corveta "Oliveira e Carmo", segundo Luís Sá Couto.
Quem não pôde estar no local e ver de perto os naufrágios, teve oportunidade de assistir através do site ustream. A organização colocou online a gravação do primeiro naufrágio, que pode ser vista aqui ou no PÚBLICO (leitor de vídeo no fim deste texto, com excepção das aplicações móveis).
Estava tudo a postos para o primeiro naufrágio: dentro do navio foram colocadas 220 toneladas de betão para permitir que a embarcação – que pesa 1380 toneladas, tem 86 metros de comprimento e 3,6 metros de calado (parte do navio que fica dentro da água) – afundasse direita, sem se virar. Além disso, a bordo seguiam quatro explosivos de corte, importados dos Estados Unidos e colocados por uma consultora do Canadá, a Canadian Artificial Reef (CAR), especializada neste tipo de trabalho.
Antes, a corveta tinha sido limpa e descontaminada. Foram retiradas todas as peças que pudessem comprometer a segurança dos mergulhadores, segundo o comandante Gomes de Sousa, da Marinha Portuguesa.
Às 11h39, ouviram-se os primeiros estrondos – tudo para proporcionar um espectáculo a quem assistia, já que não houve verdadeiras explosões. O impacto abriu fendas em pontos nevrálgicos do casco do navio, deixando entrar uma enorme massa de água que pressionou as placas metálicas. Tudo isto demorou cerca de dois minutos, perante o olhar atento de dezenas de pessoas que estavam a bordo de barcos – alguns privados, outros da Polícia Marítima, outros destinados à comunicação social. Depois do suspense inicial, o peso do betão fez o resto e o navio caiu rapidamente direito ao fundo do mar.
Depois do afundamento, nove mergulhadores da Marinha Portuguesa desceram para uma inspecção ao navio e confirmaram que a estrutura caiu direita no fundo. A missão foi conseguida.
Já o naufrágio do outro antigo barco de guerra que vai integrar este parque, o navio patrulha "Zambeze", estava agendado para as 15h, mas atrasou-se uma hora.
As primeiras explosões a bordo do "Zambeze" foram ouvidas às 16h04 e às 16h07 o barco afundou, com menos espectáculo e impacto visual que o primeiro, deixando atrás de si um repuxo de água salgada. O procedimento usado para afundar o "Zambeze" foi idêntico ao da corveta, mas o facto de ter metade da dimensão (292 toneladas e 44 metros de comprimento) facilitou a operação. A camada de betão colocada na horizontal foi também menor.
Começa assim a nascer o parque subaquático Ocean Revival, um projecto concebido por Luís Sá Couto e que resulta de uma parceria entre a Câmara de Portimão e a escola de mergulho Subnauta, com o apoio da Marinha Portuguesa, que cedeu quatro embarcações desactivadas. No próximo ano, à corveta e ao navio-patrulha afundados hoje deverão juntar-se o navio oceanográfico "Almeida Carvalho" e a fragata "Hermenegildo".
O objectivo do projecto é dinamizar o turismo subaquático ao largo da costa algarvia, com os barcos a servir de recife artificial para algumas das espécies marinhas do Atlântico.
Segundo a organização, os barcos vão ficar a 30 metros de profundidade, com a parte mais alta a 15 metros. O tempo médio de mergulho a esta profundidade ronda os 40 minutos, pelo que serão precisos quatro ou cinco mergulhos para conhecer de uma ponta à outra a corveta "Oliveira e Carmo", segundo Luís Sá Couto.
Quem não pôde estar no local e ver de perto os naufrágios, teve oportunidade de assistir através do site ustream. A organização colocou online a gravação do primeiro naufrágio, que pode ser vista aqui ou no PÚBLICO (leitor de vídeo no fim deste texto, com excepção das aplicações móveis).
Quem é este Sá Couto?
ResponderEliminarSerá irmão daquele dos computadores Magalhães, amigo do Sócrates?
Agora que não podem vender a sucata ao Godinho, metem-na no fundo do mar.
Está boa esta!
Perguntas quem é Luís Sá Couto, também não conhecia e a minha curiosidade levou-me a pesquisar!
ResponderEliminarInformaram que é um empresário, líder da empresa Subnauta, e é um dos mentores do novo museu subaquático no Algarve, mais propriamente ao largo de Portimão, mas estiveste lá perto, nunca se sabe o que irão lá esconder!
O 2º Tenente (promovido a titulo póstomo a Capitão Tenente) Oliveira e Carmo, era do meu Concelho - Alenquer, e está imortalizado no Jardim desta Vila, e ainda hoje de madrugada passei no local, aliás já escrevi uma mensagem no meu blog invocando este Herói Nacional, morreram com ele mais dois Marinheiros, que
ResponderEliminarnão tiveram direito a ter o seu nome em nenhuma emmbarcação da nossa Armada, pelo menos que eu saiba, mas enfim os galões sempre foram mais importantes que as divisas.
Um abraço
Virgilio