Despedida
Ticha Penicheiro: o fim da história mais bonita do basquetebol português
21.09.2012 - 10:25 Hugo Daniel Sousa
Foto: Rebecca Cook/Reuters
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Ticha Penicheiro em acção, pelas Sacramento Monarchs (em 2006)
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Era uma simples menina da Figueira da Foz, que começou a jogar basquetebol aos seis anos. Nunca lhe passou pela cabeça o que viria a ser a sua carreira, mas a verdade é que Ticha Penicheiro se tornou a mais bem-sucedida basquetebolista do país. Uma carreira brilhante, que termina neste sábado, quando as Chicago Sky receberem as Washington Mystics, no último jogo da fase regular da Liga Norte-Americana de Basquetebol (WNBA).
"São mais razões físicas. Já tenho 38 anos e são 15 anos de carreira profissional. É como um carro que tem muitos quilómetros", diz Ticha Penicheiro ao PÚBLICO, para justificar a decisão de acabar a carreira: "Chegou o tempo de terminar. O corpo começa a falhar e impede-me de jogar ao mais alto nível."
A basquetebolista nascida na Figueira da Foz confessa que "não é fácil pôr fim" a uma carreira tão longa. "Mas sabia que este dia ia chegar", disse ao PÚBLICO, por telefone, a partir de Chicago. "É a altura ideal para deixar o básquete. Esta época foi frustrante em termos de lesões", queixa-se a atleta, que nos últimos meses foi várias vezes infiltrada com analgésicos para poder jogar.
A decisão de pôr fim à carreira de basquetebolista foi anunciada no site oficial de Ticha na quarta-feira. Na última madrugada, a portuguesa fez o penúltimo jogo e amanhã despede-se. "O jogo de sábado vai ser emocionante. É o último e a equipa está a preparar uma homenagem. Talvez aí me aperceba realmente do que se está a passar", diz Ticha, que se confessa por enquanto "anestesiada" com tudo o que está a viver.
A atleta, de 38 anos, despede-se depois de ter construído um currículo muito rico. Foi campeã da WNBA em 2005 ao serviço das Sacramento Monarchs e é a recordista de assistências neste campeonato (o mais importante do mundo). Em 452 jogos, a portuguesa fez 2597 passes decisivos, o que dá uma média de 5,7 assistências por jogo.
A base portuguesa é ainda a segunda na lista dos roubos de bola (763) e quinta no total de minutos (12.783).
Ticha, cujo verdadeiro nome é Patrícia, joga basquetebol desde os seis anos. E o que vai ela fazer após 32 anos a praticar esta modalidade? Antes de mais, tirar férias do basquetebol. "Estou um pouco cansada mentalmente", admite a atleta, que assume o desejo de permanecer ligada à sua modalidade de sempre.
"O básquete tem sido a minha vida e há-de continuar a ser, porque foi um amor à primeira vista e quero continuar ligada de uma maneira ou de outra", diz a jogadora. E o que se segue? "Tenho várias portas entreabertas. Vamos ver qual se abre mais", responde Ticha, que não exclui a hipótese de ser treinadora, embora não imediatamente. O jornalismo (que estudou na Universidade de Old Dominion, quando se mudou para os EUA aos 19 anos) é outra hipótese. Assim como a representação de atletas.
BI - Patrícia "Ticha" Penicheiro
Data de nascimento 18/09/1974 (38 anos)
Local de nascimento Figueira da Foz
Altura/Peso 1,80m/66,2 kg
Anos de profissional na WNBA 14
Posição Base
Clubes Ginásio Figueirense, União de Santarém, Old Dominion (EUA), Sacramento Monarchs (EUA), Lotos Gdynia (Polónia), Parma (Itália), Ekaterimburg (Rússia), Gdynia (Polónia), Valenciennes (França), Spartak de Moscovo (Rússia), TTT Riga (Letónia), San Giovanni (Itália), Umbertide (Itália) LA Sparks (EUA), Algés, USK (República Checa), Galatasaray (Turquia), Chicago Sky (EUA)
Palmarés Campeã da WNBA (2005), campeã de Portugal (1993), bicampeã da Polónia (2000 e 2001), campeã de França (2005), campeã da Rússia (2007), vencedora da Euroliga (2007).
Para trás ficará aquela que é a mais bonita história do basquetebol português. Ticha concorda? "Não me cabe a mim dizer", responde. "A dedicação, o trabalho e alguma sorte foram elementos importantes no meu sucesso", argumenta a jogadora, convidando todos a lutarem pelos seus sonhos. E dá o seu exemplo: "Era uma menina da Figueira da Foz sem nada de especial, de uma família pacata. Mas fazermos o que gostamos é a chave para o sucesso."
"São mais razões físicas. Já tenho 38 anos e são 15 anos de carreira profissional. É como um carro que tem muitos quilómetros", diz Ticha Penicheiro ao PÚBLICO, para justificar a decisão de acabar a carreira: "Chegou o tempo de terminar. O corpo começa a falhar e impede-me de jogar ao mais alto nível."
A basquetebolista nascida na Figueira da Foz confessa que "não é fácil pôr fim" a uma carreira tão longa. "Mas sabia que este dia ia chegar", disse ao PÚBLICO, por telefone, a partir de Chicago. "É a altura ideal para deixar o básquete. Esta época foi frustrante em termos de lesões", queixa-se a atleta, que nos últimos meses foi várias vezes infiltrada com analgésicos para poder jogar.
A decisão de pôr fim à carreira de basquetebolista foi anunciada no site oficial de Ticha na quarta-feira. Na última madrugada, a portuguesa fez o penúltimo jogo e amanhã despede-se. "O jogo de sábado vai ser emocionante. É o último e a equipa está a preparar uma homenagem. Talvez aí me aperceba realmente do que se está a passar", diz Ticha, que se confessa por enquanto "anestesiada" com tudo o que está a viver.
A atleta, de 38 anos, despede-se depois de ter construído um currículo muito rico. Foi campeã da WNBA em 2005 ao serviço das Sacramento Monarchs e é a recordista de assistências neste campeonato (o mais importante do mundo). Em 452 jogos, a portuguesa fez 2597 passes decisivos, o que dá uma média de 5,7 assistências por jogo.
A base portuguesa é ainda a segunda na lista dos roubos de bola (763) e quinta no total de minutos (12.783).
Ticha, cujo verdadeiro nome é Patrícia, joga basquetebol desde os seis anos. E o que vai ela fazer após 32 anos a praticar esta modalidade? Antes de mais, tirar férias do basquetebol. "Estou um pouco cansada mentalmente", admite a atleta, que assume o desejo de permanecer ligada à sua modalidade de sempre.
"O básquete tem sido a minha vida e há-de continuar a ser, porque foi um amor à primeira vista e quero continuar ligada de uma maneira ou de outra", diz a jogadora. E o que se segue? "Tenho várias portas entreabertas. Vamos ver qual se abre mais", responde Ticha, que não exclui a hipótese de ser treinadora, embora não imediatamente. O jornalismo (que estudou na Universidade de Old Dominion, quando se mudou para os EUA aos 19 anos) é outra hipótese. Assim como a representação de atletas.
BI - Patrícia "Ticha" Penicheiro
Data de nascimento 18/09/1974 (38 anos)
Local de nascimento Figueira da Foz
Altura/Peso 1,80m/66,2 kg
Anos de profissional na WNBA 14
Posição Base
Clubes Ginásio Figueirense, União de Santarém, Old Dominion (EUA), Sacramento Monarchs (EUA), Lotos Gdynia (Polónia), Parma (Itália), Ekaterimburg (Rússia), Gdynia (Polónia), Valenciennes (França), Spartak de Moscovo (Rússia), TTT Riga (Letónia), San Giovanni (Itália), Umbertide (Itália) LA Sparks (EUA), Algés, USK (República Checa), Galatasaray (Turquia), Chicago Sky (EUA)
Palmarés Campeã da WNBA (2005), campeã de Portugal (1993), bicampeã da Polónia (2000 e 2001), campeã de França (2005), campeã da Rússia (2007), vencedora da Euroliga (2007).
Para trás ficará aquela que é a mais bonita história do basquetebol português. Ticha concorda? "Não me cabe a mim dizer", responde. "A dedicação, o trabalho e alguma sorte foram elementos importantes no meu sucesso", argumenta a jogadora, convidando todos a lutarem pelos seus sonhos. E dá o seu exemplo: "Era uma menina da Figueira da Foz sem nada de especial, de uma família pacata. Mas fazermos o que gostamos é a chave para o sucesso."
Nessa Ticha Penicheiro
ResponderEliminarNão tinha ouvido falar
Te prepara companheiro
Para amanhã me explicar!
Tua figueira abandonar
Só apenas por um dia
Conviver e almoçar
Lá na serra sem ventania!
Até amanhã com certeza
Do cutelo não vais precisar
A carne cortada está mesa
Contra os bandidos lutar!
Até amanhã se Deus quiser,
um abraço, e boa viagem para ti e para mim, e para os restantes!
Também estive a ler a história da Ticha. Não fazia ideia que ela tinha corrido tantos países e jogado por tantos clubes.
ResponderEliminarAgora, aos 38 anos, tem que pensar no que vai fazer no futuro. Não sei se como treinadora terá o futuro garantido, pois o basket não é como o futebol.