terça-feira, 3 de novembro de 2015

A ROSA DE MANUEL BOCAGE...



Tu, flor de Vénus, Corada Rosa, Leda, fragrante, Pura, mimosa, Tu, que envergonhas As outras flores, Tens menos graça Que os meus amores. Tanto ao diurno Sol coruscante Cede a nocturna Lua inconstante, Quanto a Marília Té na pureza Tu, que és o mimo Da Natureza. O buliçoso, Cândido Amor Pôs-lhe nas faces Mais viva cor; Tu tens agudos Cruéis espinhos, Ela suaves Brandos carinhos; Tu não percebes Ternos desejos, Em vão Favónio Te dá mil beijos. Marília bela Sente, respira, Meus doces versos Ouve, e suspira. A mãe das flores, A Primavera, Fica vaidosa Quando te gera; Porém Marília No mago riso Traz as delícias Do Paraíso. Amor que diga Qual é mais bela, Qual é mais pura, Se tu, ou ela; Que diga Vénus... Ela aí vem... Ai! Enganei-me, Que é o meu bem.

5 comentários:

  1. Quem tem uma rosa
    Tão bem que fica!
    Afinal até a rosa
    É Sporting Benfica!

    Esta não é do Bocage mas é verdade, ramo verde e pétalas encarnadas.

    Abraço companheiro Páscoa.

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  2. Tiveste sorte, não a desejes nunca mais,
    nem tenhas saudades de quem a fizera
    uma rosa perfumada esperou por ti no cais
    quando são e salvo regressaste da guerra!

    Tenhas uma boa tarde amigo António,

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  3. Este Bocage era duas vezes grande. Um grande malandro e um grande poeta!

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  4. Muito bom! Duas belas rosas; a rosa gerada pela Primavera
    e a rosa Marília, o verdadeiro encanto do poeta!
    xx

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  5. Há rosas assim. Belas e inspiradoras.
    Um abraço

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