terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

BRINCALHÃO, OU DOIDO ALEGRE?


Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p´ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade,

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P´ra suportar melhor quem tem juízo.

Tema: Loucura        Autor: António Aleixo


5 comentários:

  1. O António Aleixo viveu no tempo errado... Merecia muito mais.

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  2. Olha, o brincalhão sorridente,
    Ele todo alegre lá está
    Satisfeito e contente
    Não é Aleixo, António será.

    Onde a felicidade perdura,
    Com a boa disposição
    Vai sorrindo enquanto dura
    Tudo o resto é ilusão!

    Aí da Figueira da Foz,
    Até ao Cabo Sardão
    Onde não se ouve a tua voz
    Não sei quantas léguas serão.

    Fica lá no fim do Alentejo,
    A escorregar para o Algarve
    Bem escreveu António Aleixo
    Este poema para te fazer a vontade!

    Passou de poeta Aleixo,
    Para poeta querido
    Uma coisa que eu não vejo
    Onde foste buscar tanto juízo.

    Segue em frete
    Estás no caminho certo
    Se não contentas a gente
    Vai pregar para o deserto!

    Não saias da Figueira,
    Porque o tempo está mau
    Se escorregares na ladeira
    Estás sujeito abater com a cabeço num calhau!

    Um abraço, e continua assim sempre sempre.
    Eduardo.

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  3. Já fiz uma bibliografia sobre o António Aleixo, um poeta dos grandes. Praticamente iletrado mas com uma sabedoria e cultura que quem dera a muitos doutores.
    Um homem que ainda por cima teve uma vida tão desafortunada, e que a tuberculose ceifaria cedo, tuberculose que já lhe tinha também levado uma das filhas.
    xx

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  4. Com muita pena minha não conheço nada da obra do António Aleixo.
    É no que dá eu não ser grande adepto da poesia. Sou mais de prosa!

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  5. Pois eu estou como o Tintinaine, de poesia sou leigo, sem quem foi o Aleixo, e fico-me por aí.
    Um abraço
    Virgílio

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