segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

VOZES DO MAR...


Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delírio d´oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra , ó mar imenso?...

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?



Tens contos d´epopeias? Tens anseios
D´amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

                                                                       Florbela Espanca


2 comentários:

  1. Dizem as crónicas que esta foi uma Mulher de armas, é certo que só durou pouco mais de trinta anos mas deixou obra que perdurará.
    Um abraço
    Virgílio

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  2. É preciso ter respeito,
    Pelas vozes do mar
    Só será suspeito
    Quem pouco roubar!

    Esta é uma das minhas opiniões,
    Nunca pensei em toda a minha vida
    Que em Portugal houvessem tantos ladrões!

    Fazem grandes figurões,
    Condecorados pela valentia
    Por roubarem muitos milhões
    Protegidos pela democracia!

    Florbela Espanca,
    Linda poesia nos deixou
    De Vila Viçosa alentejana
    Contra a tirania lutou!

    Boa tarde para ti amigo António, um abraço
    Eduardo.

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