segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ONDE ESTÁ O OUTRO, QUE O SUBSTITUA?


EANES, O ÍNTEGRO!


Foi um dos militares que nos devolveram a liberdade, principal operacional do 25 de Novembro, que a estabilizou, e evitou uma guerra civil. A síntese desse dia foi escrita, um ano depois, pela grande escritora Maria Velho da Costa: «Não foi um acto de alegria mas um acto de necessidade.» Eanes será homenageado na próxima segunda-feira.
Primeiro Presidente da República em democracia, em tempos conturbados, direita e esquerda votaram nele por colagem às circunstâncias mas rangendo os dentes. Sá Carneiro, Mário Soares ou Álvaro Cunhal simbolizam isso. No Palácio de Belém foram anos de austeridade financeira.
Apadrinhou e distanciou-se do PRD, mas foi ele a nomear uma mulher primeira-ministra, Lurdes Pintasilgo, décadas antes de Thatcher ou Merkel.
Quando saiu de Presidente, recusou o bastão de marechal e foi tratado com miserável vilania, por trastes, nos seus direitos. Quando rectificaram, prescindiu de 1 milhão de euros em retroactivos. Não conheço outro caso.
Fiz a cobertura da sua campanha de reeleição em 1980. Tímido e reservado provocava (me) um certo distanciamento. Terei trocado meia dúzia de palavras com ele. Não posso testemunhar, pois, como me dizem, o seu enorme sentido de humor. Nunca conseguiu lidar com o espectáculo político-mediático, com um discurso cerrado e pouco acessível. Recusou o populismo e a simpatia fácil. Se em República houvesse cognomes, seria "o Íntegro". E, Presidente, isso todos os portugueses lhe reconhecem.
Jornalista/advogada
Escreve ao sábado

6 comentários:

  1. Tudo manobras de políticos. O velho Marinho tentou unir a esquerda na Aula Magna. Em resposta o governo resolveu homenagear o General Ramalho Eanes. Porquê só agora. Eles que vão é todos pentear macacos!...
    Boa noite, um abraço para ti amigo António.

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  2. Se isto ao menos servir para envergonhar os corruptos e desonestos já vale alguma coisa!

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  3. Se isso servisse para envergonhar
    Aqueles que nunca vergonha tiveram
    Não estaríamos apagar
    Tudo aquilo que eles comeram.

    Eles querem lá saber
    Do Ramalho ou do Marinho
    Nenhum dos dois resolver
    A favor do Zé Povinho!

    Assim como este verso do Bocage.
    Todas no mundo dão a sua greta:
    Não fiques pois, ó Nize, duvidosa
    Que isso de virgo e honra é tudo peta.

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  4. Meus amigos! Talvez estas iniciativas não sirvam mesmo para nada, porque os novos políticos, não tiveram aulas dos valores morais e patrióticos para servirem um país, apenas copiaram a maneira de se servirem! (Valores completamente opostos), do juramento que fizeram, esta é a minha convicção.

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  5. Como já tive oportunidade de escrever quando esta iniciativa apareceu á luz do dia, acho muito esquisito que se organizem eventos, que na sua génese está a verticalidade do homenageado, sou do tempo em que isso era obrigatório para todos nós, pelo que não me associo nos aplausos, até porque, e isso não deve ser esquecido nestes momentos, o Sr. General formou um Partido, que só morreu porque não conseguiu convencer, caso contrário, seria mais um do sistema, e a comer do mesmo, com isto tudo, não duvido da honradez do Homenageado, que não deve ser escamoteado.
    Um abraço
    Virgílio

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  6. Cada um pega na sua!!!
    Como pode à sua maneira
    Pendurados numa grua
    Basta de tanta malvadeza!

    Qual juramento, qual carapuça
    Para nada serve tanto fingimento
    São eles que dão origem à escaramuça
    Fora ou dentro do parlamento!

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