quarta-feira, 1 de agosto de 2012

OS CALCETEIROS E A CALÇADA PORTUGUESA!

MONUMENTO AO CALCETEIRO EM LISBOA NA BAIXA POMBALINA

CALCETEIROS A TRABALHAR EM LISBOA 1907
Ao pisarmos as calçadas, a maior parte das pessoas não dão o devido valor a estes profissionais que muito admiro, particularmente pela flexibilidade dos membros inferiores que durante um dia de trabalho conseguem resistir naquela posição e também a sua resistência ao sol, a rapidez com que conseguem o desenho geométrico pretendido na pedra, apenas com duas marteladas, finalmente a obra que fica, embora com ajuda de moldes, são apreciadas em todo o mundo!

ARRANJO FLORAL EM CASTELO BRANCO

PARQUE DAS NAÇÕES LISBOA

PASSEIO JUNTO À MARINA FIGUEIRA DA FOZ

PLAZA DE ESPAÑA OLIVENÇA

CALÇADÃO PRAIA DE COPACABANA RIO DE JANEIRO

A HISTÓRIA DA CALÇADA PORTUGUESA
    HISTÓRIA
A calçada começou em Portugal de forma diversa da que hoje é mais corriqueira. São as cartas régias de 20 de Agosto de 1498 e de 8 de Maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores (antes Rua Nova dos Ferros). Nessa época, foi determinado que o material a utilizar deveria ser o granito da região do Porto, que, pelo transporte implicado, tornou a obra muito dispendiosa [1]. O terramoto de 1755, a consequente destruição e reconstrução da cidade lisboeta, em moldes racionais mas de custos contidos, tornou a calçada algo improvável à época. Contudo, já no século seguinte, foi feita em Lisboa no ano de 1842, uma calçada calcária, muito mais próxima da que hoje mais conhecemos e continua a ser utilizada. O trabalho foi realizado por presidiários (chamados "grilhetas" na época), a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento foi de um traçado simples (tipo zig-zag) mas, para a época, a obra foi de certa forma insólita, tendo motivado cronistas portugueses a escrever sobre o assunto. Em O Arco de Sant'Ana, romance de Almeida Garrett, também a calçada seria referida, tal como emCristalizações, poema de Cesário Verde.
Após este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8 712 .
A calçada portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e colónias, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais. Daqui, bastou somente mais um passo, para que esta arte ultrapassasse fronteiras, sendo solicitados mestres calceteiros portugueses para executar e ensinar estes trabalhos no estrangeiro.
Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros (a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta Conde dos Arcos. Da autoria de Sérgio Stichini, em Dezembro de 2006, foi inaugurado também um monumento ao calceteiro, sito na Rua da Vitória (baixa Pombalina), entre as Rua da Prata e Rua dos Douradores.


6 comentários:

  1. Gosto da calçada à portuguesa principalmente porque é mais duradoura que qualquer outro tipo de pavimento.
    Aqui na Póvoa os passeios estão a ser modificados para esse sistema, embora sem os desenhos, para dar um aspecto mais "antigo" à cidade. Cubinhos de granito por todo o lado!

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  2. Inimiga dos saltos-altos, a Calçada Portuguesa sempre foi umas das tais "manias" que nos identifica no mundo... Pena que não haja por aqui nenhum artesão para pôr os nossos driveways "Made in Portugal".

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  3. Andas no tempo a recuar
    A falar do calceteiro
    A competir com o Virgílio se calhar
    Nas caravelas do Gama Fuzileiro!

    A história da calçada portuguesa
    Em Copacabana, o grande calçadão
    Aqui em Portugal grande roubalheira
    Não tenho dinheiro para férias, me roubou o grande ladrão!

    Boa quinta-feira, abaixo os ladrões
    aqueles que me roubaram os míseros tostões! Estão de férias por canta dos parvalhões!

    um abraço
    Eduardo

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  4. Os Calceteiros de hoje nada têm a ver com os de antigamente (não é saudosismo) hoje a maioria dos trabalhos de calçada são executados por empreiteiros ao serviço das Câmaras, depois quem faz o trabvalho é algum que se ajeita, mas de calceteiro nem o nome lhe assenta bem. Aqui em Porto Salvo, já não tem conta as vezes que uma passadeira para Peões feita em calçada foi reparada, aquilo aguenta três meses e lá volta o «calceteiro» da Junta a cortar o trânsito para reparar mais uma vez, e outra e outra, uma vergonha.
    Um abraço
    Virgilio

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  5. Olá amigo Querido

    Bom post sobre a "Calçada Portuguesa", uma das já poucas coisas que ainda nos restam, que ainda é nossa, que ainda não foi vendida!...

    Como dizes no teu texto, a Calçada Portuguesa é apreciada em todo o mundo, mas poucos são os portugueses que lhe sabem atribuir o valor que ela merece. Isto é notório quer na maneira como a maltratam, quer na indiferença manifestada em relação à sua preservação por aqueles que têm a responsabilidade de cuidarem da sua manutenção.

    Beijinhos

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  6. A calçada é inimiga
    Da coluna dos portugueses
    Caminha pela terra batida
    Se, e enquanto puderes!

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