quarta-feira, 14 de agosto de 2013

NÃO HÁ EFEITO SEM CAUSA...


Naquela manhã de agosto, o vento norte levantou-se mal-humorado e pôs-se a embirrar com um pobre galo
de ferro erguido na torre de uma igreja:
_ Põe-te quieto, ladino!- Dizia o vento enfurecido.
__Sempre de um lado para o outro, inconstante, não sossegas;
põe-te quieto, não ouves?
    E o galo continuava a mexer-se, porque o vento cada vez era mais forte...
 ___Estúpido galo, que não páras!- Gritava com violência.
   Então o campanário falou:
__Quanto mais gritas e te enfureces, mais o galarito de ferro obedece à tua fúria. Acalma-te, vento norte, sossega, vai-te deitar , e verás que o galo há-de sossegar também.
                                                                                                        (ANTÓNIO BOTO, O Meu Amor Pequenino)

2 comentários:

  1. Um pobre galo feito de ferro
    Na torre de igreja colocado
    Para ele o vento era um inferno
    Não o deixava estar sossegado.

    Quanto mais soprava o vento
    Mais o galo se mexia
    Sua vida era um tormento
    Coitado a ninguém mal fazia!

    Boa noite para ti amigo António,
    um abraço
    Eduardo.

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  2. Antigamente havia muitos galos desses, não só nas Torres das Igrejas, mas em muitos edifícios públicos e particulares, agora são raros, restam os de Barcelos, e para os que gostam de acordar cedo, os de carne e osso.
    Um abraço
    Virgílio

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