Ser "tripeiro"
- É!... E a ponte, carago?!!!
As
reportagens que o JN recentemente publicou sobre a descaracterização
das gentes do centro histórico do Porto, faz-me recear não voltar a
ouvir as deliciosas histórias como as que Hélder Pacheco recordou no seu
“Passeio Público”.
Para que não se perca, aqui vai uma delas com muita graça:
"O Sousa era barbeiro na Ribeira e conhecido pela sua gabarolice.
Era o melhor em tudo, ninguém lhe levava a palma.
Gabava-se junto de toda a gente, sobretudo no cais com as vendedeiras.
Um
dia, alguns moços que obtinham gorjetas dos turistas por saltarem para o
rio do tabuleiro inferior da ponte Luis I, disseram-lhe que já se
tinham inscrito na prova de resistência do domingo seguinte, com natação
desde Massarelos até ao Freixo.
Logo o Sousa lhes respondeu que lhes ia dar um banho.
E assim logo se ufanou junto das vendedeiras, que lhe prometeram apoio.
Nesse domingo, juntou-se muita gente na Ribeira, com destaque para as vendedeiras.
Quando
chegam os nadadores, rio acima, vindo a nadar desde Massarelos, o grupo
ainda estava compacto mas o Sousa já ia em último lugar e a atrasar-se.
As vendedeiras estimulam-no gritando:
– Força Sousa, força!
E levantaram-lhe as saias dando palmadas nas nádegas.
Nesse momento, o Sousa nada para a margem e sai do rio.
As vendedeiras gritam-lhe:
- Murcom, és um gabarólas, só tens letra!...
E o Sousa, lesto, responde-lhes
- A culpa é vossa, carago!... Vós levantástéis as saias... e um hóme noum é de pau!... Fiquei atolado no lodo do rio:
As vendedeiras ficam algum tempo espantadas até que uma lhe responde:
- Ó murcom: nadavas de costas, carago!
E logo o Sousa riposta:
Enfiado na rosca,
ResponderEliminarcom a ponta do pau
não tens cuidado ó Sousa,
elas te esfolam o pirilau!
Um abraço para ti amigo António!
Boas
ResponderEliminarse fosse de costas lá ia o mastro com o cara.....!
Barbeiro?
ResponderEliminarErrou a profissão. Devia ser pescador ou caçador!
Um abraço e bom fim de semana