Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p´ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!
Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade,
Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...
Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P´ra suportar melhor quem tem juízo.
Tema: Loucura Autor: António Aleixo
O António Aleixo viveu no tempo errado... Merecia muito mais.
ResponderEliminarOlha, o brincalhão sorridente,
ResponderEliminarEle todo alegre lá está
Satisfeito e contente
Não é Aleixo, António será.
Onde a felicidade perdura,
Com a boa disposição
Vai sorrindo enquanto dura
Tudo o resto é ilusão!
Aí da Figueira da Foz,
Até ao Cabo Sardão
Onde não se ouve a tua voz
Não sei quantas léguas serão.
Fica lá no fim do Alentejo,
A escorregar para o Algarve
Bem escreveu António Aleixo
Este poema para te fazer a vontade!
Passou de poeta Aleixo,
Para poeta querido
Uma coisa que eu não vejo
Onde foste buscar tanto juízo.
Segue em frete
Estás no caminho certo
Se não contentas a gente
Vai pregar para o deserto!
Não saias da Figueira,
Porque o tempo está mau
Se escorregares na ladeira
Estás sujeito abater com a cabeço num calhau!
Um abraço, e continua assim sempre sempre.
Eduardo.
Já fiz uma bibliografia sobre o António Aleixo, um poeta dos grandes. Praticamente iletrado mas com uma sabedoria e cultura que quem dera a muitos doutores.
ResponderEliminarUm homem que ainda por cima teve uma vida tão desafortunada, e que a tuberculose ceifaria cedo, tuberculose que já lhe tinha também levado uma das filhas.
xx
Com muita pena minha não conheço nada da obra do António Aleixo.
ResponderEliminarÉ no que dá eu não ser grande adepto da poesia. Sou mais de prosa!
Pois eu estou como o Tintinaine, de poesia sou leigo, sem quem foi o Aleixo, e fico-me por aí.
ResponderEliminarUm abraço
Virgílio