Era um fim de semana de folga, o marinheiro embarca na vedeta da marinha na Base Naval do Alfeite rumo a Lisboa, depois da travessia do Tejo, com sonhos girando na sua cabeça desembarca na Doca da Marinha, atravessa o Terreiro do Paço, sobe a Rua Augusta dirigindo-se a S. Domingos, pára na 1ª tasca, pede uma ginja com elas! Com elas se senta à mesa da sala e vão mais três cafés com cheirinho, é chegada a hora do lanche, dirige-se como habitualmente às ruelas estreitas do Bairro Alto, tascas típicas porta sim, porta não, ao dobrar a esquina um cheirinho bem conhecido a iscas na frigideira convida-o a entrar, ao balcão pede as iscas quentinhas no pão e uma sagres, com as baterias a meia carga, vai mais uma caminhada que termina ao anoitecer numa casa típica do fado, senta-se, o silêncio é de ouro, é uma voz que canta acompanhada à guitarra e viola portuguesas que choram a trinar, segue-se um intervalo e recomeça com uma jovem fadista morena de cabelos longos que, cantando se dirige à mesa do marinheiro, estende-lhe a mão que de pronto num impulso incontrolável a beija mui respeitosamente, acabada a sua atuação, pede licença para se sentar a seu lado, mais uma bebida se faz favor, cantou mais um fado desta vez dedicado ao marinheiro que entusiasticamente a ia aplaudindo...
Conversa puxa conversa, informa o seu já amigo marinheiro, que tinha nascido na Figueira da Foz e cantava há dois anos em Lisboa, a noite ia longa e resolveram sair juntos de mãos dadas até à Praça da Figueira e foi ali na Pensão Figueira que tiveram uma louca noite de amor, foi de madrugada que soube que teria sido uma despedida, pois a viagem do seu marinheiro estava marcada dois dias depois para Moçambique!
Dois anos e meio depois regressa e foi o primeiro local procurado, (a casa de fados no Bairro Alto), os proprietários eram os mesmos, mas a fadista tinha partido com o namorado para a América...
Doze anos decorridos o marinheiro já casado, sentado no seu sofá em frente da televisão, assiste a um espetáculo organizado pelas comunidades portuguesas, numa localidade americana e ouve anunciar o nome da fadista, ia caindo para o lado! (Ela estava ali e ia cantar o fado), doze anos mais velha mas sempre bonita e elegante e a longa distância que os separava não impediu que o coração marinheiro batesse mais forte e que as belas recordações do Bairro e da fadista estivessem bem presentes na sua memória e assim fado e marinheiro continuarão de mãos dadas para a eternidade.
Que bela história. Os marujos sempre têm belas histórias para contar.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
O fuzileiro e a garota,
ResponderEliminargostava de comemtar
mas não tenho pachorra
minh cabeça está tonta
vou para a cama me deitar!
Um abraço.
Essa é uma história verdadeira, não é, António...?...:-)
ResponderEliminarMuito bonito, e o video também!
xx
Só me fazes lembrar pecados velhos!
ResponderEliminarAgora que o físico não obedece às ordens do cérebro e o esqueleto range como uma dobradiça ferrugenta é que tu me vens com essa?
Tem pena de mim!!!!
O Eduardo está mesmo mal!
ResponderEliminarPara não lhe sair nem sequer uma quadra é porque a coisa é grave.
Vamos esperar que melhore depressa e volte ao nosso convívio.
Esta história não foi copiada, não se nota amiga Laura? VERDADÍSSIMA!
ResponderEliminarTU amigo Eduardo, não te agarres à cama muito tempo, a cabeça fica mais tonta ainda, já foste às urgências para te fazerem exames? Não deixes adiantar isso rapaz, os nossos Blogs precisam dos teus poemas!
Um grande abraço, com votos de rápidas melhoras.