Risco de bancarrota: Chipre faz companhia a Portugal
Com duas agências de notação considerando a dívida cipriota em situação "especulativa" (vulgo "lixo") e o pedido de demissão do ministro das Finanças, a terceira mais pequena economia da zona euro subiu meteoricamente de lugar no "clube da bancarrota"
Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
7:43 Sábado, 17 de março de 2012
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Foi a surpresa da semana. Chipre saiu da sombra da crise grega para o 2º lugar no TOP 10 dos países com mais alta probabilidade de incumprimento da sua dívida num horizonte de cinco anos (o que temos designado de "clube da bancarrota"). Ultrapassou sexta-feira nove membros do "clube" de um só golpe com o risco a disparar para 62,23%, segundo dados da CMA DataVision. O preço dos credit default swaps (seguros financeiros contra o risco de incumprimento) atingiu os 1150 pontos base, a uma distância de menos de 150 pontos do custo dos cds para a dívida portuguesa.
Chipre veio fazer companhia a Portugal no topo do "clube". A diferença de risco entre os dois países é de pouco mais de 3 pontos percentuais e a distância para o terceiro e o quarto "classificados", o Paquistão e a Irlanda, é de quase vinte pontos percentuais.
Segundo o Cyprus Mail, de Nicósia, dois fatores convergiram para o disparo de sexta-feira que tornou Chipre o protagonista do dia. O ministro das Finanças, Kikis Kazamias, pediu a demissão, dias depois da agência de notação Moody's ter cortado o rating da dívida cipriota para o estatuto de "especulativa" (vulgo "lixo"), baixando a notação de Baa3 para Ba1, e adicionando uma perspetiva negativa (o que significa que poderá voltar a cortar a notação). Já anteriormente a Standard & Poor's (S&P) havia cortado a notação para BB+, em terreno especulativo.
Comparativamente, a notação da dívida portuguesa desceu, desde fevereiro, para Ba3 (dois níveis abaixo da cipriota), segundo a Moody's, e para BB (um nível abaixo do cipriota), desde janeiro, segundo a S&P.
Exposição à Grécia e financiamento russo
As razões deste corte de notação derivam da enorme exposição da banca cipriota à Grécia. Estima-se que a recapitalização dos bancos cipriotas exija um esforço equivalente a 20% do PIB da pequena economia insular do Mediterrâneo Oriental. Chipre pode ser a principal vítima da reestruturação parcial da dívida grega e o primeiro elo do "contágio".
A terceira mais pequena economia da zona euro, com um PIB anual de apenas 17 mil milhões de euros, sobrevive este ano graças a um empréstimo bilateral da Rússia de 2,5 mil milhões de euros.
As yields (juros) dos títulos cipriotas a dez anos estão em 13%, segundo a Reuters, um nível no mesmo patamar dos juros das obrigações do Tesouro português com a mesma maturidade, que fecharam na sexta-feira em 13,66%.
CHIPRE (Imagem)
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Estava aver que não tínhamos companhia, agora que já não se fala na Grécia, ficávamos a falar pró boneco, ainda bem que Chipre não nos deixa sós.
ResponderEliminarUm abraço
Virgilio
Crise palavra de ordem,
ResponderEliminarDe outra coisa não falar
Até calados eles mordem
E a gente f...dos ficar.
Isto é que vai uma crise
Vai mais uma pinguinha
Com um pastel de Belém
E uma caipirinha!
Secou a tetinha
Não há mais leite
Não há vaquinha
E há pouco azeite!
Não há chuva
Mas há roubos
Há quem abusa
Dos outros!
Uma boa noite para ti, e muito cuidado porque eles estão em todo o lado.
A desgraça dos outros não nos serve de nada, mas pelo menos dá para perceber que os políticos, como bons filhos da mãe que são, estudaram todos pela mesma cartilha!
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