quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O CUME DA MINHA SERRA...



O CUME

No cume daquela serra
Plantei uma roseira
A rosa no cume cresce
A rosa no cume cheira

Quando cai a chuva grossa
A água o cume desce
O orvalho no cume brilha
O mato no cume cresce

Mas logo que a chuva cessa
Ao cume volta a alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no cume ardia

E quando chega o Verão
E tudo no cume seca
O vento o cume limpa
E o cume fica careca

Ao subir a linda serra
Vê-se o cume aparecendo
Mas começando a descer
O cume se vai escondendo

Quando cai a chuva fria
Salpicos no cume caiem
Abelhas no cume picam
Lagartos do cume saem

E à hora crepuscular
Tudo no cume escurece
Pirilampos no Cume brilham
E a lua no cume aparece

E quando vem o Inverno
A neve no cume cai
O cume fica tapado
E ninguém ao cume vai

Mas a tristeza se acaba
E de novo vem o Verão
O gelo do cume derrete
E todos ao cume vão.

4 comentários:

  1. Tem rochas pouca terra,
    um poema bem escrito,
    no cume daquela serra
    só há mato, não há trigo!

    Que assim não seria,
    estava aqui a imaginar
    sopra lá forte ventania,
    noite e dia sem parar.

    As roseiras lá não crescem,
    nelas não desabrocham rosas
    as moças lá não aparecem
    de mini-saia e galochas!

    Porque, lá não há trigo,
    para elas apanharem a espiga
    mais abaixo do umbigo
    têm uma tatuagem escondida.

    Toma lá um abraço,
    não vás ao cume da serra agora,
    corre água chapada abaixo
    enquanto no arvoredo o vento sopra!

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  2. Já conhecia, mas gostei de reler!
    Sabes por acaso quem é o autor?
    Na minha opinião é uma pequena obra de arte.

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  3. Vai ao blog Escola de Fuzileiros que tens lá um recado relacionado com a tua viagem aos Açores!!!

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