quarta-feira, 4 de março de 2015

COITADO! QUE EM UM TEMPO CHORO E RIO...

Coitado! que em um tempo choro e rio;
Espero e temo, quero e aborreço;
Juntamente me alegro e entristeço;
Du~a cousa confio e desconfio.
Voo sem asas; estou cego e guio;
E no que valho mais menos mereço.
Calo e dou vozes, falo e emudeço,
Nada me contradiz, e eu aporfio.
Queria, se ser pudesse, o impossível;
Queria poder mudar-me e estar quedo;
Usar de liberdade e estar cativo;
Queria que visto fosse e invisível;
Queira desenredar-me e mais me enredo:
Tais os extremos em que triste vivo!
Camões

6 comentários:

  1. Grande Camões sim, coitado não!
    se visses como o país está agora
    morrias de um ataque de coração
    sem teres tempo de te ires embora!

    Querias que invisível fosse visto,
    eles tudo fazem para que não seja
    o que bem entende faz o político
    tanto mais tempo, ainda, lhe sobeja!

    Um abraço para ti amigo António.

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  2. Porque será que quase todos os poetas têm estas manias malucas?
    Será que a habilidade para fazer versos é filha da desgraça?
    Ainda bem que não tenho jeito para isso, é bom sinal!!!

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  3. Não sou grande apreciadora deste tipo de sonetos, apesar de gostar muito de poesia. São demasiado tristes e entristecem quem os lê.
    Espero e desejo que não tenham nada a ver consigo, nem com o seu estado de saúde.
    Um abraço

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  4. Pois eu adoro Camões, o grande poeta da Língua Portuguesa, e existem também muitos outros.
    Camões será sempre actual, e é isso que distingue os grandes dos pequenos. Ficarem para aposteridade.
    Obrigada, António.
    xx

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  5. Ouviste e leste bem Eduardo?
    O recado do "Tintinaine", é para deixares de escrever poesia, que ainda estás a tempo!-:))

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  6. Não para lhe faltar ao respeito,
    li sim mas não acato essa ideia
    não sou nenhum poeta perfeito
    por isso não falo de barriga cheia!

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