Agora, sob a terra, ao seu calor,
A vida dorme e repoisa;
E a terra canta, embala cada coisa
Com seu canto materno e embalador:
- Ó chuva que estás caindo
Do céu todo embaciado,
Deixa dormir as raízes
Um sono bem descansado.
Ó vento que estás ventando,
Assoprando gemebundo,
Deixa dormir as sementes
Um sono doce e profundo.
Ó geada que tudo cortas,
Não afies o teu gume,
Deixa sonhar as roseiras
Co´as abelhas e o perfume.
Ó tempestade que passas,
Não faças tanto ruído,
Deixa sonhar as ramadas
Um sonho todo florido.
Coisas que estais ao meu seio,
Dormi e sonhai, sorrindo,
Sonhai na sombra do inverno,
Com o sol de abril florindo.
Dormi, sonhai, descansadas,
O sonho que em vós se gera:
E acordareis aureoladas
Na graça da primavera!
(Afonso Lopes Vieira,)
Mais neve não!
ResponderEliminarporque tanta frio sinto
para comer preciso de pão
senão morro faminto!
E tu aí o que estás pensando,
vai para a tua quinta trabalhar
as galinhas estão precisando
dum chibante galo para as galar!
Vai dar palha às ovelhas,
não te esqueças da ração
mete os bácoros nas quartelhas
trabalha para o bem desta Nação!
Porque és bom cidadão,
vais ser condecorado
com um dourado medalhão
pelo presidente cavaco!
fuzileiro navegador...
não te vais arrepender
António, poeta trabalhador
o que foste ao Cobué fazer?
Tenhas uma boa tarde de segunda-feira, um abraço.
Eduardo.
Falas bem poeta amigo
ResponderEliminarMas tudo isso acabou
A saúde já não quer nada comigo
Tudo acaba como começou.
Amigo, não esmoreças,
ResponderEliminaresta vida dois dias são
aguenta-te ai nas canetas
não deixa cair a viola no chão!
Uma bela escolha do poeta Afonso Lopes Vieira, um poeta um pouco esquecido nos nossos dias.
ResponderEliminarE gostei der o comentário do amigo Eduardo.
Mas porque diz que a saúde não quer nada consigo, António...sente-se doente?...Espero que não!
xx
De poesia percebo pouco. Do passado basta-me o Bocage que chamava os bois pelos nomes e não se coibia de apontar o dedo a quem fazia asneira e do presente basta-me o Eduardo que enche a minha existência de versos.
ResponderEliminarVá lá não sejas mau pr´a mim!
ResponderEliminarDeixa o Eduardo extravasar os seus poemas e a mim acompanhá-lo na música!
Não acredito que só gostes do Bocage?
Então e do Alegre, que agora voltou a arrebitar?
Amiga Laura, no PDI, aparece-nos de tudo, até o que não esperamos.
Mas há que tocar a vida para a frente, sempre sem perder o sentido de humor.
Abraços e bom Natal a todos
Ah António, se fosse só no PDI!...:-(
ResponderEliminarEmbora não sabendo o que se passa,nem deva sabê-lo, isso não é para aqui chamado, porque de uma questão privada se trata, só posso desejar-lhe uma rápida recuperação. Sei que não posso ajudá-lo em nada, mas pode crer que pensarei em si, e lhe desejo tudo de bom.
E o sentido de humor e boa disposição ajuda mesmo!
xx
Espero bem que o meu sentido de humor se mantenha que vou precisar dele, estou consciente e preparado pelo meu urologista e oncologista, que dias difíceis me esperam, mas o meu querer, a minha garra e a minha vontade, me irão ajudar, aceito porque sempre soube que não acontece só aos outros! Mas não esperava de todo, esta prenda de Natal, a partir de agora não vou mais falar em doenças.
ResponderEliminarUm feliz Natal a todos os amigos, sejam virtuais, ou não, somos portugueses.