Os Estaleiros Navais do Mondego (ENM) vão chegar aos 200 trabalhadores, cinco vezes o número atual, durante a construção de um “ferryboat” para Timor-Leste, disse hoje fonte da administração.
Em declarações à agência Lusa, Joaquim Peres, administrador da Atlanticeagle Shipbuilding, concessionária dos estaleiros localizados na Figueira da Foz, adiantou que a construção do navio com capacidade para 377 passageiros e 22 viaturas, um contrato de cerca de 13,3 milhões de euros, deverá começar no final do mês e prolonga-se por 11 meses até abril de 2016.
“A construção será toda feita aqui e vamos ter de contratar. A previsão é chegarmos aos 200 trabalhadores”, frisou o responsável dos estaleiros.
O “ferryboat” com destino a Timor-Leste será o primeiro navio construído pelos ENM em cerca de uma década, mais de dois anos depois da atual concessionária ter assumido os destinos daquele equipamento industrial.
“Podemos fazer manutenção e reparações, mas o nosso ADN é a construção naval. E este navio é o primeiro que temos e isso tem sempre um simbolismo muito próprio”, frisou Joaquim Peres.
A construção do navio para Timor-Leste foi adjudicada pelo governo daquele país no final de 2014 e o seu início chegou a estar agendado para dezembro do ano passado. No entanto, segundo Joaquim Peres, questões ligadas ao novo executivo timorense – como o desaparecimento do anterior ministério que decidiu o ajuste direto, agregado numa nova estrutura ministerial – levou a um “compasso de espera”, com renegociação dos prazos de construção (que se prolongam por 12 meses, 11 de estaleiro e um de transporte do navio até Timor) e o início dos trabalhos adiado.
Fonte sindical disse à agência Lusa, entretanto, que a Atlanticeagle Shipbuilding pagou hoje os vencimentos dos trabalhadores que estavam em atraso – “metade do mês de março da parte da manhã e o mês de abril de tarde” -, após a empresa ter recebido a primeira tranche relativa à construção do ferryboat, situação confirmada pela administração.
Quanto ao anúncio do início da construção do navio, o sindicalista José Paixão manifestou-se “satisfeito”, estimando que ela possa começar nas próximas duas semanas.
“Não deve faltar muito. Para já, esta novela mexicana terminou”, disse José Paixão, aludindo ao atraso de cerca de quase seis meses, decorrente da queda do governo timorense.
O sindicalista assinalou ainda a contratação “faseada e em função das necessidades” de mais trabalhadores que se irão juntar aos cerca de 40 existentes nos ENM.
Após a chegada do aço necessário à construção do navio, que deverá suceder em breve, decorre uma fase de desenho e corte da matéria-prima “com os trabalhadores que já cá estão”.
“Depois há a fase de montagem e soldadura e irão contratar mais soldadores. Este navio é fundamental para o sucesso dos estaleiros, há anos que já não se constrói um barco aqui e se não houver construção os potenciais armadores vão para outro lado e o estaleiro começa a perder espaço no mercado”, frisou.
A edição de hoje do diário As Beiras revelava que Timor-Leste já tinha começado a pagar o contrato e que, desta forma, os trabalhadores já poderiam começar a receber os salários em atraso.
A seguir a esse vamos ver se fazem um para Metangula. O projecto dos estaleiros de Peniche era para sete navios e só fizeram um. Ainda hoje estou para perceber se foi erro da notícia ou se perdeu o interesse por outra razão qualquer.
ResponderEliminarEspero que os Estaleiros Navais do Mondego reactivem a sua actividade, pois foi daqui que saíram várias lanchas de desembarque para os fuzileiros e para a Escola Naval do Alfeite, a Figueira da Foz precisa dum empurrão, está muito parada desde que o Santana se pôs na alheta para Lisboa!
ResponderEliminarTodas as encomendas são bem vindas , a ver se o país começa a mexer e mais gente arranja trabalho.
ResponderEliminarxx