Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus
amados patos, disse-lhe:
-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo
acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa
e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada
prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua
sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz: Doutor, afinal levo ou deixo os patos?
Numa nota de cem escudos,
ResponderEliminarcomo nas mãos do Bocage seria
na carteira dos barrigudos
havia, no tempo na burguesia!
Bocage é o meu poeta preferido!
ResponderEliminarAcredito que muitas das histórias que lhe são atribuídas foram inventadas por outros, mesmo assim o que se conhece dele é suficiente para que fique na história.
O Salazar e o Cerejeira não deixavam que se ensinasse a sua poesia na escola, mas nem depois de morrerem isso mudou muito. Será que algum dia mudará?
Como é que Bocage comentaria,
ResponderEliminaros corruptos, se vivesse agora
daquele tempo a açorda comia
sem azeite não se faz a tiborna!
Se o Bocage fosse vivo, não era adepto do teu clube !
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