É seu o mar, todo seu, na sua frente, perdendo-se no infinito. O mar das naus e galeões, o mar dos varinos e pescadores. Ora manso como um cordeirinho travesso, ora irado e proceloso como um leão em fúria. O mar! Irmão de Portugal na glória e na epopeia, amigo e verdugo do pobre, como o sentimos bem! E que prainhas maravilhosas, que rochedos formidáveis, que marulhares de espuma e sonho!
Também a serra é sua. E que poema doce e evocativo não é a serra em Portugal! A da Estrela, dois mil metros acima do mar, serra das neves eternas; a do Gerês, rocha descarnada e floresta virgem, ninho de águias reais e garças de porte; a do Buçaco, arvoredo secular, paisagem augusta, religiosa e sagrada que nem o trilho das aves perturba; o Marão, teatro de lapidações de gigantes, onde rios gorgolejam entre precipícios e abismos. Ao sul, a serra de Sintra é alegria clara dos navegantes, a da Arrábida fala da penitência de Frei Agostinho da Cruz e a de Ossa dos ermitas humildes que entre fraguedos metiam tempo entre a vida e a morte.
Filhos das serras são os rios. E como são belos os rios de Portugal! O Minho, viveiro de lampreias, trutas e salmões, o Lima, que Bernardes cantou, a ria de Aveiro tão pitoresca com o seu moliço, o Corgo, lá em cima, tão singular com os seus rochedos, cá em baixo o Mondego com o seu choupal, onde Coimbra debruçada «escuta a voz de Inês entre os salgueiros», o Lis tão poético, o Tejo tão ufano da sua glória, o Sado que a pátria de Bocage banha, e tantos tão suaves, tão cheios de encanto e de maravilha!
Portugal tem o mar e a serrania, mas possui também a terra-baixa e prolífera. Tem a charneca que se estende até onde a vista alcança, como no Alentejo, e a paisagem altar, em anfiteatro subindo até ao céu como no Douro.
Horta florida, onde a há como no Minho? Pomar pagão, onde existe como no Algarve? Que diferença de gentes, de falas, de costumes, de climas, de luz!
Este é o meu Portugal, porque me orgulho de ser Português.
Também a serra é sua. E que poema doce e evocativo não é a serra em Portugal! A da Estrela, dois mil metros acima do mar, serra das neves eternas; a do Gerês, rocha descarnada e floresta virgem, ninho de águias reais e garças de porte; a do Buçaco, arvoredo secular, paisagem augusta, religiosa e sagrada que nem o trilho das aves perturba; o Marão, teatro de lapidações de gigantes, onde rios gorgolejam entre precipícios e abismos. Ao sul, a serra de Sintra é alegria clara dos navegantes, a da Arrábida fala da penitência de Frei Agostinho da Cruz e a de Ossa dos ermitas humildes que entre fraguedos metiam tempo entre a vida e a morte.
Filhos das serras são os rios. E como são belos os rios de Portugal! O Minho, viveiro de lampreias, trutas e salmões, o Lima, que Bernardes cantou, a ria de Aveiro tão pitoresca com o seu moliço, o Corgo, lá em cima, tão singular com os seus rochedos, cá em baixo o Mondego com o seu choupal, onde Coimbra debruçada «escuta a voz de Inês entre os salgueiros», o Lis tão poético, o Tejo tão ufano da sua glória, o Sado que a pátria de Bocage banha, e tantos tão suaves, tão cheios de encanto e de maravilha!
Portugal tem o mar e a serrania, mas possui também a terra-baixa e prolífera. Tem a charneca que se estende até onde a vista alcança, como no Alentejo, e a paisagem altar, em anfiteatro subindo até ao céu como no Douro.
Horta florida, onde a há como no Minho? Pomar pagão, onde existe como no Algarve? Que diferença de gentes, de falas, de costumes, de climas, de luz!
Este é o meu Portugal, porque me orgulho de ser Português.
Hoje estás virado para o sentimento Amigo Páscoa, só falta escreveres em verso, mas para isso temos o Eduardo e o Verde, este a aparecer poucpo por cá.
ResponderEliminarContinua a mostrar o que de melhor temos por cá, e para isso não podes falar dos politicos.
Um abraço
Virgilio
Uma linda declaração de amor pela tua terra. Manifestações como essa é que engradecem o país.
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
Te inspiraste
ResponderEliminarCom o Mar das naus e galeões
De varinas e pescadores falaste
Nas epopeias dos amigos tubarões!
Que por mares nunca dantes vistos
São os descobridores do século vinte e um
Na glória das modernas epopeias
Por onde passam vão sacando
Das abelhas as suas colmeias
Que sem o seu mel estão ficando!
Soltam bancos a qualquer hora
Muralhas de notas vão desaparecendo
Atravessam rochedos sem demora!
Bom fim de semana,
um abraço.
Nessa noite e sabado venho te visitar
ResponderEliminare deixar um abraço pelo carinho de sempre
Gosto de ver o que de bom vc posta,parabéns
As fotos deixaram o post mais lindo!
Abraços
Rita!!!
Boa Noite ,Antonio Querido.
ResponderEliminarGrande garoto eu também amo Portugal e a Figueira Minha.
Linda postagem e declaração de amor a seu Pais.
Fico feliz em ver seu patriotismo esse amor a esse mar muitas vezes com um verde e azul .
Em imagens recebidas de um amigo conheço os mais belos lugares de Portugal.
Esse amigo é meu padrinho,Eduardo,guardei com muito carinho bastante lugares lindos de vez em quando revejo todos.
Antonio.
Um feliz Domingo beijos e beijos.
Evanir.
Excelente relato... Como já perdi a conta a países visitados, posso assegurar ao nosso estimado amigo e Filho da Escola António Querido que o nosso Portugal é exactamente como diz... "Diferença de gentes, de falas, de costumes, de climas, de luz!"... Menos mal que ontem comprei em Petersham (Bairro dos tugas) uma caixa de vinho alentejano Monte Velho e vou já abrir uma... Hehehe!
ResponderEliminarValdemar Alves
OLÁ a todos/as!
ResponderEliminarPara falar dos políticos, criei a "Caminhada do Oeste", Amigo Virgílio,hoje lá está a luxuosa ementa! E vinho daquela qualidade, só o nosso Filho da Escola, Valdemar Alves lhe pode chegar, porque está na Austrália.
Como não posso responder a todos os vossos simpáticos comentários, agradeço a todos/as vós, o carinho e dedicação como lêem o "Figueira Minha"! Um grande, grande abraço a todos e beijos para as Amigas, lá no nosso país irmão (BRASIL).
Muito bom este post. Este é o nosso Portugal que tanto amamos. Mas este também é o nosso Portugal
ResponderEliminarVENHO CONTAR-TE ESTRANGEIRO
Venho contar-te estrangeiro
do meu país
Portugal
Aos teus olhos estranhos vou mostrar
As aldeias esquecidas de Trás-os-Montes
onde os campos raquíticos não dão pão
Terras, só terras, sem água, sem luz
sem escolas
sem homens
que já se cansaram da fome
herdada
desde longínquas gerações.
Venho contar-te estrangeiro
Do meu país
Portugal.
Aos teus olhos velados da cegueira
das campanhas turísticas.
Aos teus olhos que erram pelas praias
banhadas de sol.
Venho falar-te estrangeiro
Das horas de incerteza e de angústia
vividas pelo meu povo
que pela fome, o mar tornou seu escravo.
E...venho contar-te mais
desta terra onde nasci...
Onde os homens nascem
vivem
e morrem
sem consciência de terem vivido.
Terra de homens-escravos
do tempo
das máquinas
do dinheiro
da própria Vida.
Venho contar-te estrangeiro
Do meu país
Portugal.
Deste país que já não é de poetas
Porque um dia
Um punhado de homens acordou
quebrou as amarras do medo e lutou.
Era Primavera e os cravos floriram.
Na terra dos homens-escravos,
A Revolução nasceu.
Hoje...
Quando a fome cresce em cada esquina
Como erva daninha
Quando o desalento mata a esperança
e o desemprego cria raízes no meu país
O povo se esquece dos sonhos
E envelhece desiludido
Olhando as pétalas secas dos cravos.
Hoje estrangeiro eu vou contar-te
que eu queria acordar este país
com a revolta que me rasga o peito
e gritar
EU AINDA SONHO
E QUERO UM PORTUGAL DIFERENTE
no futuro
Elvira Carvalho
Um abraço e boa semana
Adorei, mt bom!!!!
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